Rosa Righetto

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Música***trilha sonora de filme de suspense (youtube.mp3)


 NO VALE  SOMBRIO
 

Sofia herdou do seu falecido pai o dom de penetrar em outro plano de trilhar por uma infinidade de caminhos desconhecidos, seja do bem ou do mal. No decorrer do tempo ouvindo o som dos trovões ressoando na atmosfera em manifestações sonoras apavorantes, o entusiasmo do vento com seu poder de movimentos, agita e serve de testemunha das amarguras de Sofia, que mergulha no abismo infernal e sofre nos arrabaldes marginais do vale sombrio.
 
Ela teme ficar entre os braços de criaturas sugando seu corpo entregue ao abandono. Nas trocas de beijos com bocas escabrosas e apodrecidos sob a penumbra luminosidade. Ela sente a alma torturante que a deixa enlouquecida e transtornada por caminhar num vale desconhecido, Onde as folhas já sem vidas apodrecem fétidas.
 
Numa dessas viagens ao vale das trevas sob uma lua embaçada um grito estridente soou, ela continua a caminhar em meio ao cheiro podre de sangue, antes que pudesse entender ouve uma voz tão pequenina e esbravejante que chama sua atenção.
 
“Esses malditos seres desconhecidos fedorentos não nos deixam sair daqui, não nos deixam em paz”.
 – Ah! Como eu queria sair daqui.
 
- quem está ai? Pergunta Sofia.
- sou eu, você não me vê?
- te vejo agora, diz Sofia.
 
Era uma pequenina menina nos seus sete anos de idade, “Sofia nos seus pensamentos não entendia porque uma criança sem maldade estava naquele vale perdido”. Quando então a menina diz:
 
- Sou Carolina vim cuidar de minha mãe, quero ir embora, porém não posso ir e deixar ela aqui.
 
Sofia olha mais adiante e vê a mãe de Carolina com os olhos saltados sendo devorada por seres medonhos, pervertidos, que causava medo terror, criaturas nojentas pútridas se envolviam com ela sexualmente.
 
O calor era infernal naquele mundo das trevas, onde vagavam aquelas criaturas que por algum motivo permaneciam no vale sombrio, mortos vivos, almas penadas desoladas da luz, sem lágrimas nos olhos os dentes serrados.
 
De repente um ser sem vida caiu se debatendo, parte pra cima de Carolina ela se agarra em Sofia tenta de qualquer forma escapar, quando pensa estavam perdidas surge uma luz brilhante livrando-as do terrível mal.
 
– o temido ser não teve a mesma sorte que elas, ele pagou caro, sentiu uma estaca em brasa entrando por entre seu peito até atravessar as costas.
 
Sofia pega Carolina pela mão e começam caminhar a procura de saída, ainda sentia o tremor das mãos sujas em seu corpo, sentia náusea. Carolina com voz chorosa fala para Sofia:
- e minha mãe, você é má, não podemos deixa-la.
Sofia abraça Carolina e diz:
- sinto muito minha pequena, ela não tem escolha vai ficar ali por mais tempo, não se preocupe no tempo certo ela um dia sairá. Quanto a você, levarei para um lugar lindo com anjos cantando, um lugar sereno muito melhor, onde realmente é o seu lugar.
 
Adentram num vale de luz aonde crianças vem ao encontro delas e leva Carolina.
 
A noite sombria, porém agora é silenciosa, sobre o chão o corpo de Sofia tremia de fraqueza de fome e sede. Noutro canto seu filho dormia feito anjo, enquanto ela o olhava seu pensamento viajava refletindo em Carolina. Lembra agora nitidamente da noite de terror que ceifou a vida da pequena Carolina.
 
A mãe de Carolina, prostituta de esquina se deitava com qualquer freguês que aparecia, vez em quando ela levava para sua casa, não se importava com a filha se estava acordada ou dormindo. Certa noite adentrou em sua casa com um elemento muito violento, ela apanhou tanto que um soco desferido com tamanha violência em seu frontal a matou. Carolina assistiu a tudo, o maldito não teve duvidas matou a menina asfixiada para não deixar testemunhas.
 
O Mundo das Trevas é perigoso, ele está nas pequenas coisas, não é só um mundo de tramas medos e horrores. As sombras se alongam e o vento uiva, estremecemos e lembramos que nossos antepassados talvez tivessem bons motivos para temer as trevas. O cenário abrange personagens de toda classe, pode ser que até divide conosco o teto que nos abriga, pode estar escondidos nos mínimos cantos, no fim da rua nas esquinas ou até mesmo na nossa casa. Pode estar bem próximos a nós. Feliz da alma que ao adentrar esse mundo tem a sorte de sair.



Rosa Righetto
05/09/11

Rosa Righetto
Enviado por Rosa Righetto em 05/09/2011
Alterado em 10/09/2011
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