Rosa Righetto

Amor Paixão e Sentimentos

Textos


NA MIRA DA MORTE

Quando os oceanos adormecem nas entranhas dos seres apaixonados, não existe força que impeça  a união nas águas do oceano. Derrama na profundeza da alma abissalmente, independente do seu atributo humano

******Foi numa festa de debutantes que Irene, com dezessete anos  conheceu Aristides, depois de sete anos conturbado de namoro entre idas e vindas, se casaram. Irene  seguia os seus dias de frustrações e decepções, seus sonhos de contos de fada e uma vida feliz nunca existiram.

******Engravidou mesmo sabendo que Aristides não queria nem falar no assunto. Descuido dela com certeza o que ele ia dizer quando recebesse a notícia. Depois de muitas brigas ela resistiu, não aceitando a idéia do aborto. Irene no seu mundo de ignorância, casamento era para sempre mesmo sofrendo muito fazia de tudo para agradar o marido. Ele por sua vez a maltratava. Suportava tudo calada o amava muito, sem contar que uma vida se desenvolvia em seu ventre.

******Nascera Bruno, Aristides dizia não precisava contar com ele para nada, faria o básico, dar de comer, remédio, roupa, estudo, nada, além disso, o filho era responsabilidade dela que pariu. Irene foi aprendendo a conviver com a situação e nunca se abriu com a família nem com ninguém, todos achavam o casal perfeito.

******A partir do nascimento de Bruno, Aristides  ficou pior ainda. Quando o casal saia passear, viajar, levar a criança nem pensar. Bruno passou a conviver maior parte do seu tempo com babá, orientada por Irene ficava no quarto. A criança cresceu com raríssimo contato com o pai. Bruno agora adolescente por várias vezes ouviu o pai batendo e agredindo com palavrões a mãe,

******Irene contratou Adriana para fazer os serviços domésticos e companhia ao Bruno. Moça vistosa, corpo bem feito, contudo semi - analfabeta. Bruno passou a ensinar Adriana ler e escrever. Por estar sempre juntos Bruno foi sentindo por Adriana atração, desejo, seria sua primeira vez, acabou se  apaixonando. Bruno se deliciava nos braços de Adriana que por sua vez experiente, conduzia tudo perfeitamente. Faziam amor praticamente todas as noites. Amavam-se de todas as formas e jeitos, e os dias seguiam normais.

******Certo dia Aristides passa no corredor frente à porta do quarto de Adriana e ouve-a dizer***Bruno já estou quase pronta, Aristides volta e abre à porta, Adriana estava seminua, ele parte para cima dela***sua vaca, você esta dando para meu filho,  é  para isso que é paga? ***Meu filho não tem experiência vou mostrar a você como se faz. Aristides tirou a roupa, totalmente transtornado agarrando-a com força começou a beijá-la, lambia, mordia ***Adriana tentou de todas as formas se soltar das garras daquele monstro, não conseguiu,  ele tapou sua boca deu uma forte bofetada em seu rosto enfraquecida Adriana foi vencida. Aristides a violentou despudoradamente como um animal, disse ainda se abrisse o bico a mataria.

******Assim que Aristides saiu Adriana levantou-se, e foi em direção ao banheiro ficava dentro do quarto. Engolindo seco com vontade de gritar, com muita dor na alma e na pele, se esfregava tanto que sangrava.  Sentia  náusea, vomitou enojada daquele homem. Saiu do banho tomou um analgésico se deitou. Quando bruno entrou, ela disse,*** não acenda a luz, estou com muita dor de cabeça, volte para seu quarto amanhã nos falamos.

******Adriana no dia seguinte conta para Irene o acontecido, Irene ficou muito furiosa*** está mentindo sua maldita, quer acabar com minha família, estou te pagando, não está fazendo nada de graça e aqui se meu marido quiser você tem que se deitar com ele sim, também faz parte dos serviços e se contar para alguém, acabo com você. Com o coração ferido sem ter por onde, decidiu por ora se calar.
Adriana quando aceitou aquele emprego foi para sair de sua cidade, superar uma decepção amorosa, estava num processo de recuperação bastante doloroso. Bruno ajudou muito nesse processo, tanto que se apegou a ele, Pensou em ir embora, mas deixar Bruno a preocupava, aquilo tinha que ter um fim.  
 
******No quarto com Adriana Bruno indaga ***sente que algo aconteceu, ela se cala, a partir de então Bruno sentiu a mudança no comportamento de Adriana, porém não insiste mais, mudam de assunto. De repente ouvem Irene gritando ***pare não faça isso vai me matar, Bruno adentrou ao quarto da mãe esmurrando o pai com violência, correu até a cozinha voltou com uma faca, à mãe se, pois à frente do pai,*** pelo amor de Deus Bruno entrega a faca. ***A culpa é minha provoquei essa situação. Sem ação bruno se retirou inconformado, porque a mãe ainda o defendia que amor doente era aquele,
 
******Numa das arrumações que Adriana fazia no quarto de Irene abre a gaveta do criado mudo descobre uma arma, pensa por alguns momentos e decide levar para o quarto dela. Certa noite  havia perdido o sono, uma madrugada fria, no silencio daquele quarto que fora quebrado com o barulho da maçaneta da porta se movendo.****Adriana***bruno é você? ***Não queridinha sou eu, minha esposa me contou que você foi fazer fofoca***Agora ela já sabe, portanto nem adianta gritar e vai tratando de facilitar,
 
******Aristides foi pra cima de Adriana  tentando beijá-la, ela lutou desesperadamente, machucada nariz sangrando pelo soco que levara. Ele todo arranhado, entraram em luta corporal. Adriana escapa e num salto pega o revolver, ***não me toca ou morre*** fique onde está infeliz, ***quando Aristides veio novamente pra cima dela o disparo, a bala atravessou o peito.
Irene chegou primeiro em seguida Bruno, que ficou estarrecido com a cena, a mãe gritava desesperada*** maldita você o matou. Como vou sobreviver sem o grande amor da minha vida?!?
Adriana contou então a Bruno tudo que havia acontecido que tinha falado com Irene, enfim, tudo.
 
******Adriana voltou para sua cidade e responde o processo em liberdade, por ser ré primária, Irene se encontra até hoje internada numa clinica psiquiátrica, ficou louca. Bruno vendeu a casa, comprou um apartamento. Com a ajuda de bons psicólogos segue uma vida normal. Está muito bem, terminando o curso de Direito, namorando a médica pediatra Beatriz.

******Encantada, talvez enfeitiçada Irene, não conseguia enxergar que não era amada, dava um poder imenso ao parceiro, dava a própria vida, abria mão de si tentando buscar a felicidade na dependência emocional do amor que sentia. Contudo não percebia o quanto mal lhe fazia. 

ROSA RIGHETTO
 16/06/10
Rosa Righetto
Enviado por Rosa Righetto em 16/06/2010
Alterado em 16/06/2010
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