O PEQUENO MUNDO DE LAURINHA
Laurinha já nascera diferente muito especial, sozinha no seu mundo olhar fixo sempre na mesma direção de poucas palavras, só respondia o que lhes perguntavam, tinha uma maior afinidade com sua mãe, dona Letícia. A vida transcorria sem pressa, o tempo fluindo preguiçoso, e laurinha cada dia mais surpreendia, adorava olhar pela janela, sempre por volta das três da tarde ficava ansiosa, se a vidraça do seu quarto estivesse fechada então,ela se agitava, esperneava, esbravejava, dona Letícia já sabia, corria e abria a janela para a entrada do sol, assim a menina no seu mundinho sorria feliz, e começara a conversar demoradamente, nesse momento nem adiantava chamá-la, ela nem parecia ouvir. O intrigante é que nesse momento ela falava perfeitamente todas as palavras, como se alguém ali estivesse, e o diálogo fluía normalmente, assim o tempo ia passando sem antes nem depois, cada dia uma descoberta, um novo assunto entre laurinha e sua imaginação, como pensara dona Letícia. E assim a vida prosseguia e transcorria sem pressa. Dona Letícia, sempre se preocupou muito com o bem estar de Laurinha, levava ao médico pediatra mensalmente, quanto à saúde física sempre muito bem, acompanhava a menina uma fonodióloga, visto que Laurinha não gostava de falar, mas respondia bem ao tratamento. Por não gostar de barulho, nem muita gente ao redor dela, sem contar com o amigo imaginário, dona Letícia contratou também uma Psicóloga. E assim a vida prosseguia, sem maiores preocupações. Em uma noite chuvosa, os raios cortavam o céu escuro trovões ecoavam por todos os lados e o tempo fechou, fazia tempo que não chovia tanto assim, de certa forma a chuva era reconfortante, mas já há uma semana que chovia sem parar, às vezes forte às vezes uma chuvinha mais fraca, mas não parava assim sempre fechado o tempo, nada de sol. Dona Letícia começou observar que Laurinha entristecia cada dia mais, nem a janela aberta que ela tanto gostava fazia a menina melhorar, nada de conversar com seu imaginário. E os dias se seguiam ventos soprando, e a vida continuando. Demorou duas semanas para o tempo melhorar, dona Letícia muito preocupada com Laurinha, eis que surge um lindo dia ensolarado, Laurinha levantou cedo toda sorridente, e foi até a janela, no período da tarde sempre no mesmo horário começou falar demoradamente, muito animada ela falava da chuvarada que sentiu saudades, e que ficou doente, pois sentia muito a falta da amiga. E assim Laurinha voltou sua rotina normal, com a saúde perfeita, os dias iam passando e a vida prosseguia, e transcorria calmamente. Até que um dia dona Letícia resolveu invadir o pequeno mundo de Laurinha, observar mais calmamente e insistentemente para ver se via algo, adentrou ao quarto da filha e começou a arrumação, e foi ficando e demorando, Laurinha apreensiva a mãe não saia do quarto e ela precisava ir até a janela, pois as horas passavam. Num súbito a menina saltou da cama e se, pois de pé em fronte a janela... Estava meio que atrasada, dizia ela, tentava se posicionar de um lado para o outro, até que dona Letícia percebeu com os movimentos da filha que a mesma tentava encontrar o melhor angulo. De repente, eis que surge a sombra de Laurinha, a mãe se surpreendeu, ao passar para falar com a filha, dona Letícia ficou em cima da sombra de Laurinha, ela começou a gritar, saia mãe você está pisando nela, vai machucá-la, sai, sai, vendo o desespero da filha sai rapidamente, percebeu então, que Laurinha conversava com a própria sombra, por isso ela tinha hora para estar na janela, era a hora que o sol fazia sua sombra aparecer. Depois de descoberto com quem Laurinha conversava, não conseguiram saber se era imaginação, coisas do sobrenatural ou espiritual, mas, se sabe, que até os dias de hoje, vinte anos depois, o fato ainda continua... ROSA RIGHETTO 23/11/09 Rosa Righetto
Enviado por Rosa Righetto em 23/11/2009
Alterado em 23/11/2009 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |